Eu posso celebrar a Páscoa?

A cada ano, com a aproximação da Páscoa, muitas igrejas e cristãos se perguntam: "Afinal, o crente deve celebrar a Páscoa?" Essa é uma questão que tem gerado discussões sinceras dentro do meio evangélico, especialmente entre aqueles que buscam viver com fidelidade à Palavra de Deus.

De um lado, há quem defenda que a Páscoa é uma festa do Antigo Testamento, ligada à antiga aliança e à tradição judaica, e que não se aplica mais aos cristãos da nova aliança. Do outro, muitos argumentam que, em Cristo, a Páscoa ganha um novo significado, pois Ele é o verdadeiro Cordeiro de Deus, e celebrar sua morte e ressurreição é um privilégio do povo redimido.

Entre igrejas históricas, como as batistas, essa reflexão é feita com base na autoridade das Escrituras, na centralidade de Cristo e na liberdade cristã. O desafio é compreender se a celebração da Páscoa é uma continuidade legítima da fé cristã ou uma tradição que deve ser superada.

Neste estudo, vamos olhar para as raízes bíblicas da Páscoa, o que a teologia Batista ensina sobre ela e por que, à luz da graça, celebrar a Páscoa pode ser uma expressão rica de adoração ao nosso Senhor ressuscitado.


📖 1. A Páscoa no Antigo e Novo Testamento

  • No Antigo Testamento, a Páscoa era uma celebração da libertação do Egito (Êxodo 12), instituída por Deus para o povo de Israel.

  • No Novo Testamento, Jesus celebra a Páscoa com seus discípulos na última ceia (Mateus 26:17-30), e a partir disso institui a Ceia do Senhor, como um memorial da nova aliança no Seu sangue.


🕊️ 2. A visão Batista sobre a Páscoa

De acordo com a teologia batista, especialmente a mais tradicional:

  • Cristãos não são obrigados a guardar festas do Antigo Testamento, como a Páscoa judaica, pois Cristo é o cumprimento da Páscoa (1 Coríntios 5:7 — “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”).

  • Em vez disso, os batistas creem que a Ceia do Senhor substitui a Páscoa para o cristão, como memorial da morte e ressurreição de Jesus.

No entanto, celebrar a Páscoa como comemoração da ressurreição de Cristo, especialmente no domingo de Páscoa, é algo amplamente aceito entre batistas — desde que:

  • Não seja feito como uma obrigação religiosa legalista;

  • E sim como uma celebração voluntária e centrada em Cristo.


Resumindo: eu posso celebrar a Páscoa?

  • Não é uma obrigação — não há mandamento no Novo Testamento para isso.

  • Mas é permitido e até encorajado, se for feito com o foco correto: celebrar a morte e ressurreição de Cristo.

  • O mais importante é viver diariamente à luz do evangelho, e não apenas em datas específicas.


    Conclusão: Celebrar a Páscoa com o coração no Cristo ressuscitado

    Embora o cristão não esteja mais preso às festas judaicas, como a Páscoa do Antigo Testamento, a verdade que ela apontava continua mais viva do que nunca: Cristo, nosso Cordeiro Pascal, foi sacrificado por nós (1 Coríntios 5:7). Em Jesus, a Páscoa alcançou seu pleno cumprimento — não apenas como libertação de um Egito terreno, mas como libertação do pecado, da morte e da condenação eterna.

    Por isso, celebrar a Páscoa como cristãos é não apenas permitido — é profundamente significativo. Não porque a data seja sagrada em si, mas porque nos oferece uma oportunidade preciosa de lembrar, ensinar e proclamar o centro da nossa fé: a morte e a ressurreição de Jesus Cristo.

    A teologia batista nos lembra que nenhum ritual substitui a fé verdadeira, e que a vida cristã é vivida todos os dias. Mas isso não significa que devemos ignorar os momentos especiais de comunhão e adoração. A Páscoa cristã, celebrada com reverência e alegria, edifica a igreja, fortalece a fé e exalta o nome de Jesus.

    Portanto, longe de ser um mero costume cultural, a celebração da Páscoa pode — e deve — ser um ato de adoração consciente, uma oportunidade de renovar nossa esperança na vitória de Cristo e de proclamar ao mundo que Ele vive!

- Pastor Anderson Weige Dias.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *